Seis meses depois, Jacira, segurando algumas sacolas, entrou no ateliê. Subiu para o andar superior e deixou as sacolas sobre a mesa da sala.
Urna semana depois da inauguração, Margarida
havia se mudado para lá, e tanto ela quanto Ester fizeram questão que Jacira
ficasse com uma das suítes e uma sala, embora continuasse morando com os pais.
Assim,
quando ela desejasse poderia dormir lá e também teria um lugar só seu. A parte
de cima da casa estava parcialmente mobiliada. Eram móveis antigos, elegantes, que haviam
pertencido à família de Renato e que ele conservava com carinho. Havia objetos
de arte, quadros, e Renato fez questão de cuidar de todos os aposentos,
restaurando e completando a decoração, procurando dentro do possível respeitar
o gosto dos novos moradores.
As
duas ficaram encantadas com tudo que ele fez, e não se cansavam de olhar para
todas aquelas coisas bonitas com respeito e prazer, admirando cada detalhe.
Ester, descobrindo que
tanto Jacira como Margarida gostavam de arte, levou-as para visitar alguns museus ensinando-as a apreciar
a beleza de cada peça.
As duas sentiram-se dentro de um palácio. Tanto Ester como Renato
adoravam observar o progresso delas, cada uma desenvolvendo bom gosto e se sentindo
cada dia melhor.
Margarida estava cuidando da oficina e Jacira foi
procurá-la.
- Ainda bem que chegou - disse ela com alegria. - Coloquei em sua mesa algumas contas que chegaram e
o contrato com aquele fornecedor para você analisar.
- Está bem. Vou ler.
- Lembra-se
daquele cliente importante que
Ester foi visitar na semana passada e levar nosso mostruário?
- Sim.
- Adorou os vestidos da nova
coleção e fez um bom pedido. Só que tem pressa e eu não sei
se vamos conseguir entregar no prazo.
- Cumprir o prazo é muito
importante. Traz credibilidade. Vamos calcular direitinho. Se precisar, compraremos
mais uma máquina e contrataremos mais duas pessoas.
- Esse negócio de contas é com você.
- Pode deixar. Vou ver isso agora mesmo. Onde está o
pedido?
- Ester deixou na sua mesa.
Jacira foi até o
escritório, acomodou-se diante da sua mesa de
trabalho, apanhou o pedido e começou a estudá-lo. O prazo era apertado, mas com
algumas horas extras, daria para cumpri-lo perfeitamente.
Olhou em volta satisfeita.
Sobre sua mesa havia uma foto dos pais tirada no dia da inauguração. Geni
estava sorrindo e Aristides, embora sério, tinha nos olhos um brilho emocionado.
cabelos, o que fazia
raramente, ia à casa de uma conhecida que, por não ser formada na profissão,
cobrava quase nada.
Belo
adorava ter uma cliente como ela para poder transformá-la como fizera com
Jacira quando a conhecera. Fez o que sabia para deixá-la mais bonita. Tingiu
seus cabelos e lavou-os utilizando produtos de qualidade, hidratou-os,
cortou-os e finalmente, penteou-os. Depois de maquiá-la, apanhou o espelho
para que ela visse o resultado.
Jacira,
que também estava se preparando para a festa de logo mais, observava tudo com
curiosidade e prazer. Sentia-se feliz por poder proporcionar a sua mãe aqueles
momentos.
Geni olhou-se no espelho, enquanto Jacira e Belo observavam
a sua reação, e não se conteve:
- Meu
Deus! Essa não sou eu!
Os
dois riram alegres com a admiração dela e Belo afirmou:
- Dona
Geni, a
senhora precisa cuidar-se mais. Seus cabelos são saudáveis e lindos. Sua pele
está um pouco maltratada, mas é boa e reagiu bem ao creme que passei.
- O
senhor acha mesmo?
- Eu
também acho - observou Jacira. - De hoje em diante você vai se cuidar mais.
- Não
sei se temos dinheiro para tanto - comentou ela.
- Não
se preocupe com isso - tornou Belo sorrindo. - Eu tenho ótimos produtos de
amostra que os vendedores me dão para experimentar e recomendar. Vou fazer um
kit para a senhora. Mas tem de me prometer que vai fazer tudo direito do jeito
que eu mandar.
Ao chegarem em casa, Aristides as esperava ansioso. Estava
pronto e impaciente. Quando viu as duas chegarem, olhou Geni admirado.
De fato, ela
estava bem diferente, mais jovem, mais bonita. Mais parecida com a moça pela
qual se apaixonara e casara.
O
que ele mais apreciava nela eram os grandes olhos amendoados e castanhos, cheios de
alegria, prazer e ao mesmo tempo tímidos.
- Geni,
como você está bonita!
Ela corou de prazer, não só pelas palavras dele mas pela
admiração que notara em seu olhar.
Jacira lembrou-se emocionada de que quando chegaram ao ateliê para a festa eles entraram tímidos, silenciosos,
admirados com a beleza e o luxo do lugar.
Os convidados não haviam
chegado, mas tudo estava pronto. Jacira apresentou os pais a Renato e Ester,
que os receberam com atenção e carinho, e a Margarida, que os abraçou dizendo:
- Como estão elegantes! Dona Geni, esse vestido ficou-lhe
muito bem!
Tanto as duas funcionárias que já trabalhavam no
antigo ateliê, como as novas contratadas,
fizeram questão de cumprimentá-los.
Jacira recordou-se que logo a timidez dos dois foi acabando e depois
de algum tempo, ela, entre um convidado e outro, pôde observar seu pai
conversando animadamente com alguém e Geni também.
A festa foi um sucesso, o
desfile de modas também. Elas apresentaram aos convidados, a maioria deles
donos de lojas, alguns modelos da nova confecção. O interesse deles foi o ponto
alto da inauguração.
Depois desse dia, Geni
começou a mudar. A princípio, pedia a Jacira que a ensinasse a usar os produtos
que Belo lhe dera, mas aos poucos passou a usá-los com prazer, a prestar
atenção nas coisas da moda tanto nas revistas como na TV.
Já não reclamava tanto de
fazer o trabalho doméstico. Vendo que a cada dia mais Jacira se ocupava com o
crescimento do movimento na confecção e não dispunha de tempo para os serviços
da casa, acabara percebendo que se fizesse logo o serviço sem deixá-lo
acumular, tudo ficava mais fácil.
Em muitas noites, Jacira
nem voltava para casa, dormia no ateliê.
Geni
reclamava, com medo que ela acabasse se mudando definitivamente para lá, mas
foi se acostumando, uma vez que Jacira continuava a cuidar deles como sempre
fizera.
As
três sócias haviam decidido que teriam uma modesta retirada mensal, que poderia
ser aumentada conforme o negócio prosperasse. Ester não queria retirar nada,
mas as outras duas não aceitaram, fizeram questão de que ela também recebesse
o que lhe era devido.
A ideia delas era dividir o lucro
que sobrasse para o pagamento do empréstimo e para formar um capital próprio
que lhes permitisse tocar o negócio.
Renato
observava-as satisfeito por notar o quanto elas tinham bom senso para negociar.
A
retirada delas havia sido aumentada e Jacira arranjara uma faxineira para
trabalhar na casa dos pais, três vezes por semana. Ela já poderia colocar uma
empregada que cuidasse de tudo, mas temia que Geni voltasse a ser preguiçosa
como antes.
A
moça faria o serviço mais pesado, cuidaria da roupa e Geni continuaria fazendo o
restante.
Geni ficou contente por receber ajuda no trabalho, mas não
foi fácil encontrar uma pessoa que se adaptasse.
Ter
uma pessoa contratada para o serviço da casa fez Geni sentir-se importante. Ela
agora era a patroa. Não ia permitir intimidades e iria exigir que ela fizesse o serviço
direito. Tornou-se exigente em excesso, implicante e controladora.
Ficava
em volta dela observando, fazia o prato de comida, não permitindo que ela mesma
se servisse. Quando ela terminava a limpeza, passava o dedo sobre os móveis
verificando de estava bem limpo.
forte
com ela, e foi embora sem acabar o serviço. Logo ficou claro para Jacira por
que estava difícil encontrar alguém para trabalhar lá.
Várias
vezes conversou com Geni procurando
fazê-la mudar de atitude. Mas ela não aceitava seus argumentos, dizendo que não
tinha tido sorte ao contratá-las, porquanto eram preguiçosas, gastonas, comiam
tudo o que havia na geladeira, sem respeito pelas coisas.
Quando
a terceira se despediu, Jacira não se conteve e prometeu:
- Eu
contratei uma faxineira esperando que você fosse se dar bem com ela e ficasse
feliz. Vou procurar mais uma. Se você não se der bem eu desisto. Você terá de
fazer todo o serviço sozinha.
Essa
conversa foi o bastante para Geni ter uma forte recaída.
Chorou, disse que estava se
sentindo mal, reclamou dizendo que de nada adiantava tanto esforço para
melhorar de vida, se as pessoas se aproveitavam explorando os patrões em vez
de trabalhar.
Uma
funcionária aproximou-se e Jacira deixou de lado a preocupação com a mãe e
perguntou:
- O
que foi, Arlete?
- Tem
uma moça procurando a senhora. Disse que é a respeito de um emprego.
- Mande-a
entrar.
Pouco
depois, uma garota entrou e Jacira olhou-a tentando avaliar se ela serviria
para trabalhar em sua casa. Tratava-se de uma jovem de quinze ou dezesseis
anos. Pareceu-lhe muito nova e sem experiência para lidar com Geni.
As
que ela contratara, duas eram casadas e passavam dos trinta anos e a última, a
que brigara feio com Geni, devia
ter mais de quarenta.
A
jovem esperava parada na entrada da sala. Jacira não ia aceitá-la, mas não
queria ser indelicada.
Ela sabia como era difícil procurar emprego e ser maltratada.
- Venha,
sente-se, por favor. A jovem aproximou-se:
- Com
licença. Boa tarde. Sentou-se na cadeira diante da mesa de Jacira.
Era
morena, cabelos crespos soltos pelos ombros, olhos vivos, rosto corado, boca bem feita, corpo
delicado.
- Como
é seu nome?
- Maria
Lúcia. Quem me mandou aqui foi d. Lídia.
Ela
tirou do bolso um envelope e entregou a Jacira, que abriu e leu:
"Querida amiga. Estou enviando ao seu
coração generoso uma menina que acabou de perder a mãe e ficou só no mundo. Não
tem onde ficar. Trata-se de uma jovem muito boa, corajosa e esforçada.
Pensei
que talvez ela pudesse ir trabalhar em sua casa. Um abraço agradecido da amiga
Lídia".
Jacira olhou novamente o rosto jovem a sua
frente e se comoveu.
- Quantos
anos você tem?
- Dezesseis.
Jacira
pensou um pouco sem saber o que fazer. Ela parecia um tanto frágil, delicada
para trabalhar. Além do mais, não estava em seus planos ter alguém em tempo
integral. Se a contratasse, ela teria de morar em sua casa.
Por
outro lado, a situação da jovem a comovia e o pedido de Lídia, a quem
considerava muito, inclinava-a a aceitar.
- Vamos
conversar um pouco. Lídia me informou que você está só no mundo e não tem onde
ficar. Tão jovem, como chegou a essa situação?
- Eu
nasci no Rio de Janeiro. Não conheci meu pai porque ele morreu antes de eu
nascer. Minha mãe, grávida, veio para São Paulo ficar em um pensionato de freiras. Uma senhora no
Rio de Janeiro, amiga de uma das freiras, penalizada com a situação dela, uma
vez que meu pai não lhe deixara nada e ela não estava em condições de procurar
emprego, recomendou-a. Lá ela foi bem recebida, trabalhou durante todos estes
anos, até que adoeceu e veio a falecer na semana passada.
Ouvindo-a,
Jacira comoveu-se muito.
- Deve
ter sido difícil para você. Faz tão pouco tempo!
Os
olhos dela marejaram, mas ela levantou a cabeça e respondeu:
- A
dor da perda é muito forte! Mas estou certa de que Deus não vai me desamparar.
Não quero que minha mãe, lá onde se encontra, preocupe-se comigo Ela agora
precisa se recuperar e seguir em
frente. Eu preciso aceitar. Deus faz tudo certo. Se a levou foi
porque era o melhor que poderia nos acontecer.
Jacira sentiu os olhos úmidos e fez o
possível para conter a comoção. Não esperava encontrar tanta fé e sabedoria em
uma pessoa tão jovem.
- Você
disse bem. É jovem, tem toda a vida pela frente. Precisa ser forte e seguir
adiante. Lídia conversou com você sobre o trabalho que eu posso lhe oferecer?
- Não.
Ela disse que a senhora é uma pessoa muito boa, que ela admira muito e que
cuidaria muito bem de mim.
- Nesse
caso vou explicar-lhe a situação.
Em
poucas palavras Jacira falou-lhe sobre sua família, como tinha melhorado na
vida, e sua vontade de ajudar sua mãe, colocando alguém em casa que a aliviasse
nos serviços domésticos. E finalizou:
- Se
você aceitar, vai morar conosco. É uma casa simples, modesta. Meu pai é aposentado,
trabalha como garçom no bar de um amigo. O que me diz?
- Eu
aceito e fico-lhe muito grata por me acolher em sua casa. Espero retribuir a
confiança.
- me.
Mas apesar disso eu consegui melhorar, vencer e hoje faço o que posso para que
ela mude sua forma de pensar. Ela está um pouco melhor, mas entra fácil na negatividade.
- Esse
é um hábito difícil e perigoso. Acaba sempre em doenças e sofrimento.
Jacira
olhou-a séria. Por momentos se esqueceu de que estava conversando com uma
menina ainda muito jovem respondeu:
- O
que eu mais gostaria nesta vida é que ela conseguisse reagir, que vivesse mais
feliz.
- Os
primeiros passos já foram dados. A recaída é natural. Ela aparece para que a
pessoa possa eliminar os blocos de energias ruins que acumulou.
Jacira
ficou calada durante alguns segundos e pensou: "Entendo agora porque Lídia
a mandou e pediu que a levasse para casa".
- Você
disse que aceita ir morar conosco. Não poderei pagar muito ainda, mas o que
nós tivermos será também seu. Quando você pode começar?
- Ainda
estou morando no pensionato.
Dona Lídia conversou com a madre. Ela pediu para eu vir ver e se eu
gostasse poderia aceitar.
Quer que a senhora vá conversar com ela. Eu posso
começar quando quiser.
- Terei
o maior prazer em falar com ela. Amanhã mesmo irei até lá e se ela estiver de
acordo vou levá-la para nossa casa.
Maria
Lúcia levantou-se e estendeu a mão:
- Combinado.
Obrigada, d. Jacira. Estou certa de que nos daremos muito bem.
Jacira
apertou a mão que ela lhe estendia e acompanhou-a até a porta. De volta a sua
mesa de trabalho, ficou pensando na singularidade daquele encontro. A princípio
Maria Lúcia lhe pareceu frágil e delicada, mas quando se expressou mostrou
firmeza e discernimento, muito além do que seria normal em mocinhas de sua
idade.
Naquela noite quando chegou em casa conversou
com Geni que,
apesar de gostar de ter alguém a sua disposição para todo o serviço, objetou:
- Morar
aqui? Vai ser mais uma boca para sustentar. Pensou nisso?
Depois, é menor de
idade e pode dar muito trabalho. Essas meninas de hoje não tem juízo.
- Vamos
experimentar. Ela pareceu-me ajuizada e bem educada.
Foi criada pelas freiras.
Parece disposta a trabalhar. Além disso, fará companhia para você.
- Não
sei, não... Não gosto de ter uma pessoa estranha morando aqui em casa.
Jacira
fez de conta que não ouviu e continuou:
- Amanhã
vou ao convento conversar com a madre superiora. Ela é legalmente responsável
pela menina. Se tudo der certo virá comigo amanhã mesmo.
- Já?
Onde ela vai dormir?
- No
quarto que era dos meus irmãos. Você o deixou trancado desde que Jair foi embora.
- Lá
não. E se eles voltarem? Onde vão ficar?
- Mãe,
acorda! Faz mais de dez anos que nenhum deles dá notícias. Não vão voltar mais.
- Eu
não perco a esperança. Eles ainda vão aparecer.
- Se
apareceram daremos um jeito. O que não pode é aquele quarto ficar inutilizado.
Vamos arrumá-lo e Maria Lúcia vai dormir nele.
- Isso
não vai dar certo!
- Vamos
ver. Se não der, ela volta para o convento e arranjaremos outra.
Jacira
deu o assunto por terminado e conversou sobre outras coisas.
Se o ateliê fosse
bem como esperava, pensava em alugar uma casa maior, mais confortável e mais
perto do seu trabalho. Daria mais conforto aos pais e não precisaria passar
tanto tempo dentro do ônibus.
Depois
que começara a trabalhar no novo ateliê, desenvolvera seu senso estético,
passando a enxergar a beleza, tanto na simplicidade de uma flor como na
sofisticação dos quadros e objetos de arte que vira nos museus.
Sentia-se
bem, rodeada de coisas belas, e sonhava poder ensinar aos pais a perceber a
beleza onde quer que estivessem. Apreciar o belo proporcionava-lhe um grande
prazer. Desejava que os pais usufruíssem esse sentimento.
Na
manhã seguinte, Jacira foi conversar com a madre, que a recebeu muito bem. Confirmou
o que Maria Lúcia lhe havia dito sobre sua origem, e finalizou:
- Maria
Lúcia é muito querida por todos aqui. Poderia continuar conosco até os dezoito
anos, que é a ¡dade máxima permitida, já que não tem vocação religiosa. Mas faz
algum tempo que ela insiste em começar a ganhar a vida. Para ser franca, eu
gostaria que ela esperasse um pouco mais. Ela vive aqui desde que nasceu. Não
conhece as maldades do mundo.
- Eu
entendo. A senhora gosta muito dela.
- Ela
é a filha que eu gostaria de ter tido. Mas Lídia, que nos falou da senhora, é
uma pessoa da nossa confiança. Tem trabalhado aqui como voluntária,
auxiliando-nos a aliviar o sofrimento dos que batem a nossa porta, garantiu que
em sua casa ela estará muito bem.
- Obrigada
pela confiança. Espero que ela se acostume em nossa casa.
Acertaram os detalhes, a madre chamou Maria
Lúcia e combinaram que Jacira passaria no dia seguinte, no fim da tarde, para
buscá-la.
Jacira deixou o convento
satisfeita, pensando que no dia seguinte iria olhar e arrumar o quarto para
instalá-la.
Ao chegar ao ateliê, encontrou Lídia e Esteia
que acabavam de chegar. Abraçou-as com prazer e disse alegre:
- Estou
vindo do convento. Falei com a madre e amanhã à tarde irei buscar Maria Lúcia.
Espero que ela se acostume lá em casa.
- Vocês
vão se dar bem. Estou certa disso.
- O
que me preocupa um pouco é minha mãe. Tem um gênio danado. É manipuladora. Se
Maria Lúcia fizer tudo o que ela quer, vai abusar. Caso contrário, vai
implicar.
- Maria
Lúcia é firme. Não vai deixar Geni abusar. Mas é jeitosa, sabe se portar. Ela vai saber
lidar, você vai ver.
- Espero que seja assim. Vamos
até a oficina, Margarida vai gostar de vê-las e mostrar-lhes alguns modelos
novos. Ela adora quando vocês vêm.
As três foram ao encontro de Margarida que, vendo-as
chegar, abraçou as visitantes
com e logo as quatro foram juntas tomar um café e conversar.
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