quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Capítulo 17
Seis meses depois, Jacira, segurando algumas sacolas, entrou no ateliê. Subiu para o andar superior e deixou as sacolas sobre a mesa da sala. 


Urna semana depois da inauguração, Margarida havia se mudado para lá, e tanto ela quanto Ester fi­zeram questão que Jacira ficasse com uma das suítes e uma sala, embora continuasse morando com os pais.

Assim, quando ela desejasse poderia dormir lá e também teria um lugar só seu. A parte de cima da casa estava parcialmente mobiliada. Eram móveis an­tigos, elegantes, que haviam pertencido à família de Renato e que ele conservava com carinho. Havia ob­jetos de arte, quadros, e Renato fez questão de cuidar de todos os aposentos, restaurando e completando a decoração, procurando dentro do possível respeitar o gosto dos novos moradores.

As duas ficaram encantadas com tudo que ele fez, e não se cansavam de olhar para todas aquelas coisas bonitas com respeito e prazer, admirando cada detalhe.

Ester, descobrindo que tanto Jacira como Margarida gostavam de arte, levou-as para visitar alguns museus ensinando-as a apreciar a beleza de cada peça.

As duas sentiram-se dentro de um palácio. Tanto Ester como Renato adoravam observar o progresso delas, cada uma desenvolvendo bom gosto e se sen­tindo cada dia melhor.

Margarida estava cuidando da oficina e Jacira foi procurá-la.

- Ainda bem que chegou - disse ela com alegria. - Coloquei em sua mesa algumas contas que chegaram e o contrato com aquele fornecedor para você analisar.

- Está bem. Vou ler.

- Lembra-se daquele cliente importante que Ester foi visitar na semana passada e levar nosso mostruário?

- Sim.

-   Adorou os vestidos da nova coleção e fez um bom pedido. Só que tem pressa e eu não sei se vamos conseguir entregar no prazo.

-   Cumprir o prazo é muito importante. Traz credi­bilidade. Vamos calcular direitinho. Se precisar, com­praremos mais uma máquina e contrataremos mais duas pessoas.

- Esse negócio de contas é com você.

- Pode deixar. Vou ver isso agora mesmo. Onde está o pedido?

- Ester deixou na sua mesa.

Jacira foi até o escritório, acomodou-se diante da sua mesa de trabalho, apanhou o pedido e começou a estudá-lo. O prazo era apertado, mas com algumas horas extras, daria para cumpri-lo perfeitamente.

Olhou em volta satisfeita. Sobre sua mesa havia uma foto dos pais tirada no dia da inauguração. Geni estava sorrindo e Aristides, embora sério, tinha nos olhos um brilho emocionado.

Lembrou-se do acanhamento de Geni quando a levou ao cabeleireiro. Ela nunca tinha ido a um lugar tão elegante como aquele. Para cortar os

cabelos, o que fazia raramente, ia à casa de uma conhecida que, por não ser formada na profissão, cobrava quase nada.

Belo adorava ter uma cliente como ela para poder transformá-la como fizera com Jacira quando a conhecera. Fez o que sabia para deixá-la mais bonita. Tingiu seus cabelos e lavou-os utilizando produtos de qualidade, hidratou-os, cortou-os e finalmente, pen­teou-os. Depois de maquiá-la, apanhou o espelho para que ela visse o resultado.

Jacira, que também estava se preparando para a festa de logo mais, observava tudo com curiosidade e prazer. Sentia-se feliz por poder proporcionar a sua mãe aqueles momentos.

Geni olhou-se no espelho, enquanto Jacira e Belo observavam a sua reação, e não se conteve:

- Meu Deus! Essa não sou eu!

Os dois riram alegres com a admiração dela e Belo afirmou:

- Dona Geni, a senhora precisa cuidar-se mais. Seus cabelos são saudáveis e lindos. Sua pele está um pouco maltratada, mas é boa e reagiu bem ao creme que passei.

- O senhor acha mesmo?

-  Eu também acho - observou Jacira. - De hoje em diante você vai se cuidar mais.

-  Não sei se temos dinheiro para tanto - co­mentou ela.

-  Não se preocupe com isso - tornou Belo sorrindo. - Eu tenho ótimos produtos de amostra que os ven­dedores me dão para experimentar e recomendar. Vou fazer um kit para a senhora. Mas tem de me prometer que vai fazer tudo direito do jeito que eu mandar.

Ao chegarem em casa, Aristides as esperava an­sioso. Estava pronto e impaciente. Quando viu as duas chegarem, olhou Geni admirado.

De fato, ela estava bem diferente, mais jovem, mais bonita. Mais pare­cida com a moça pela qual se apaixonara e casara.

O que ele mais apreciava nela eram os grandes olhos amendoados e castanhos, cheios de alegria, prazer e ao mesmo tempo tímidos.
- Geni, como você está bonita!

Ela corou de prazer, não só pelas palavras dele mas pela admiração que notara em seu olhar.

Jacira lembrou-se emocionada de que quando che­garam ao ateliê para a festa eles entraram tímidos, si­lenciosos, admirados com a beleza e o luxo do lugar.

Os convidados não haviam chegado, mas tudo estava pronto. Jacira apresentou os pais a Renato e Ester, que os receberam com atenção e carinho, e a Margarida, que os abraçou dizendo:

- Como estão elegantes! Dona Geni, esse vestido ficou-lhe muito bem!

Tanto as duas funcionárias que já trabalhavam no antigo ateliê, como as novas contratadas, fizeram questão de cumprimentá-los.

Jacira recordou-se que logo a timidez dos dois foi acabando e depois de algum tempo, ela, entre um convidado e outro, pôde observar seu pai conversando animadamente com alguém e Geni também.


A festa foi um sucesso, o desfile de modas também. Elas apresentaram aos convidados, a maioria deles donos de lojas, alguns modelos da nova confecção. O interesse deles foi o ponto alto da inauguração.

Depois desse dia, Geni começou a mudar. A prin­cípio, pedia a Jacira que a ensinasse a usar os pro­dutos que Belo lhe dera, mas aos poucos passou a usá-los com prazer, a prestar atenção nas coisas da moda tanto nas revistas como na TV.

Já não reclamava tanto de fazer o trabalho do­méstico. Vendo que a cada dia mais Jacira se ocupava com o crescimento do movimento na confecção e não dispunha de tempo para os serviços da casa, acabara percebendo que se fizesse logo o serviço sem deixá-lo acumular, tudo ficava mais fácil.

Em muitas noites, Jacira nem voltava para casa, dormia no ateliê. 

Geni reclamava, com medo que ela acabasse se mudando definitivamente para lá, mas foi se acostumando, uma vez que Jacira continuava a cuidar deles como sempre fizera.

As três sócias haviam decidido que teriam uma modesta retirada mensal, que poderia ser aumentada conforme o negócio prosperasse. Ester não queria retirar nada, mas as outras duas não aceitaram, fi­zeram questão de que ela também recebesse o que lhe era devido.

A ideia delas era dividir o lucro que sobrasse para o pagamento do empréstimo e para formar um capital próprio que lhes permitisse tocar o negócio.

Renato observava-as satisfeito por notar o quanto elas tinham bom senso para negociar.

A retirada delas havia sido aumentada e Jacira arranjara uma faxineira para trabalhar na casa dos pais, três vezes por semana. Ela já poderia colocar uma empregada que cuidasse de tudo, mas temia que Geni voltasse a ser preguiçosa como antes.

A moça faria o serviço mais pesado, cuidaria da roupa e Geni continuaria fazendo o restante.

Geni ficou contente por receber ajuda no tra­balho, mas não foi fácil encontrar uma pessoa que se adaptasse.

Ter uma pessoa contratada para o serviço da casa fez Geni sentir-se importante. Ela agora era a patroa. Não ia permitir intimidades e iria exigir que ela fizesse o serviço direito. Tornou-se exigente em excesso, im­plicante e controladora.

Ficava em volta dela observando, fazia o prato de comida, não permitindo que ela mesma se servisse. Quando ela terminava a limpeza, passava o dedo sobre os móveis verificando de estava bem limpo.

Em menos de dois meses passaram por lá três pessoas que não quiseram ficar mais no emprego. Todas se queixando de Geni, uma delas até discutiu 
forte com ela, e foi embora sem acabar o serviço. Logo ficou claro para Jacira por que estava difícil encontrar alguém para trabalhar lá.

Várias vezes conversou com Geni procurando fazê-la mudar de atitude. Mas ela não aceitava seus argumentos, dizendo que não tinha tido sorte ao contratá-las, porquanto eram preguiçosas, gastonas, comiam tudo o que havia na geladeira, sem respeito pelas coisas.

Quando a terceira se despediu, Jacira não se con­teve e prometeu:

- Eu contratei uma faxineira esperando que você fosse se dar bem com ela e ficasse feliz. Vou procurar mais uma. Se você não se der bem eu desisto. Você terá de fazer todo o serviço sozinha.

Essa conversa foi o bastante para Geni ter uma forte recaída. 

Chorou, disse que estava se sentindo mal, reclamou dizendo que de nada adiantava tanto esforço para melhorar de vida, se as pessoas se apro­veitavam explorando os patrões em vez de trabalhar.

Uma funcionária aproximou-se e Jacira deixou de lado a preocupação com a mãe e perguntou:

- O que foi, Arlete?

- Tem uma moça procurando a senhora. Disse que é a respeito de um emprego.

- Mande-a entrar.

Pouco depois, uma garota entrou e Jacira olhou-a tentando avaliar se ela serviria para trabalhar em sua casa. Tratava-se de uma jovem de quinze ou dezesseis anos. Pareceu-lhe muito nova e sem experiência para lidar com Geni.

As que ela contratara, duas eram casadas e pas­savam dos trinta anos e a última, a que brigara feio com Geni, devia ter mais de quarenta.

A jovem esperava parada na entrada da sala. Jacira não ia aceitá-la, mas não queria ser indelicada. Ela sabia como era difícil procurar emprego e ser maltratada.

-   Venha, sente-se, por favor. A jovem aproximou-se:

-  Com licença. Boa tarde. Sentou-se na cadeira diante da mesa de Jacira.

Era morena, cabelos crespos soltos pelos ombros, olhos vivos, rosto corado, boca bem feita, corpo delicado.

-   Como é seu nome?

-   Maria Lúcia. Quem me mandou aqui foi d. Lídia.

Ela tirou do bolso um envelope e entregou a Ja­cira, que abriu e leu:
"Querida amiga. Estou enviando ao seu coração generoso uma menina que acabou de perder a mãe e ficou só no mundo. Não tem onde ficar. Trata-se de uma jovem muito boa, corajosa e esforçada.
 Pensei que talvez ela pudesse ir trabalhar em sua casa. Um abraço agradecido da amiga Lídia".

Jacira olhou novamente o rosto jovem a sua frente e se comoveu.

-  Quantos anos você tem? 

-  Dezesseis.


Jacira pensou um pouco sem saber o que fazer. Ela parecia um tanto frágil, delicada para trabalhar. Além do mais, não estava em seus planos ter alguém em tempo integral. Se a contratasse, ela teria de morar em sua casa.

Por outro lado, a situação da jovem a comovia e o pedido de Lídia, a quem considerava muito, incli­nava-a a aceitar.

-  Vamos conversar um pouco. Lídia me informou que você está só no mundo e não tem onde ficar. Tão jovem, como chegou a essa situação?

-  Eu nasci no Rio de Janeiro. Não conheci meu pai porque ele morreu antes de eu nascer. Minha mãe, grávida, veio para São Paulo ficar em um pen­sionato de freiras. Uma senhora no Rio de Janeiro, amiga de uma das freiras, penalizada com a situação dela, uma vez que meu pai não lhe deixara nada e ela não estava em condições de procurar emprego, recomendou-a. Lá ela foi bem recebida, trabalhou durante todos estes anos, até que adoeceu e veio a falecer na semana passada.

Ouvindo-a, Jacira comoveu-se muito.

- Deve ter sido difícil para você. Faz tão pouco tempo!

Os olhos dela marejaram, mas ela levantou a cabeça e respondeu:

- A dor da perda é muito forte! Mas estou certa de que Deus não vai me desamparar. Não quero que minha mãe, lá onde se encontra, preocupe-se comigo Ela agora precisa se recuperar e seguir em frente. Eu preciso aceitar. Deus faz tudo certo. Se a levou foi porque era o melhor que poderia nos acontecer.

Jacira sentiu os olhos úmidos e fez o possível para conter a comoção. Não esperava encontrar tanta fé e sabedoria em uma pessoa tão jovem.

-   Você disse bem. É jovem, tem toda a vida pela frente. Precisa ser forte e seguir adiante. Lídia conversou com você sobre o trabalho que eu posso lhe oferecer?

-   Não. Ela disse que a senhora é uma pessoa muito boa, que ela admira muito e que cuidaria muito bem de mim.

-   Nesse caso vou explicar-lhe a situação.

Em poucas palavras Jacira falou-lhe sobre sua fa­mília, como tinha melhorado na vida, e sua vontade de ajudar sua mãe, colocando alguém em casa que a aliviasse nos serviços domésticos. E finalizou:

-   Se você aceitar, vai morar conosco. É uma casa simples, modesta. Meu pai é aposentado, trabalha como garçom no bar de um amigo. O que me diz?

-   Eu aceito e fico-lhe muito grata por me acolher em sua casa. Espero retribuir a confiança.

Antes preciso falar um pouco a respeito de minha mãe. Ela sempre foi muito negativa, com medo de tudo, sem confiança na vida, perdeu o prazer de viver. Pas­sava todo tempo sem querer enfrentar os desafios do dia-a-dia e foi muito difícil para mim porquanto pen­sando em me proteger, limitava-
-   me. Mas apesar disso eu consegui melhorar, vencer e hoje faço o que posso para que ela mude sua forma de pensar. Ela está um pouco melhor, mas entra fácil na negatividade.
 
-   Esse é um hábito difícil e perigoso. Acaba sempre em doenças e sofrimento.

Jacira olhou-a séria. Por momentos se esqueceu de que estava conversando com uma menina ainda muito jovem respondeu:
-  O que eu mais gostaria nesta vida é que ela conseguisse reagir, que vivesse mais feliz.

-  Os primeiros passos já foram dados. A recaída é natural. Ela aparece para que a pessoa possa eliminar os blocos de energias ruins que acumulou.

Jacira ficou calada durante alguns segundos e pensou: "Entendo agora porque Lídia a mandou e pediu que a levasse para casa".

-  Você disse que aceita ir morar conosco. Não po­derei pagar muito ainda, mas o que nós tivermos será também seu. Quando você pode começar?

-  Ainda estou morando no pensionato. Dona Lídia conversou com a madre. Ela pediu para eu vir ver e se eu gostasse poderia aceitar. 

Quer que a senhora vá conversar com ela. Eu posso começar quando quiser.

-  Terei o maior prazer em falar com ela. Amanhã mesmo irei até lá e se ela estiver de acordo vou levá-la para nossa casa.

Maria Lúcia levantou-se e estendeu a mão:

- Combinado. Obrigada, d. Jacira. Estou certa de que nos daremos muito bem.

Jacira apertou a mão que ela lhe estendia e acom­panhou-a até a porta. De volta a sua mesa de trabalho, ficou pensando na singularidade daquele encontro. A princípio Maria Lúcia lhe pareceu frágil e delicada, mas quando se expressou mostrou firmeza e discerni­mento, muito além do que seria normal em mocinhas de sua idade.

Naquela noite quando chegou em casa conversou com Geni que, apesar de gostar de ter alguém a sua disposição para todo o serviço, objetou:

-  Morar aqui? Vai ser mais uma boca para sus­tentar. Pensou nisso? 

Depois, é menor de idade e pode dar muito trabalho. Essas meninas de hoje não tem juízo.

-  Vamos experimentar. Ela pareceu-me ajuizada e bem educada. 

Foi criada pelas freiras. Parece disposta a trabalhar. Além disso, fará companhia para você.

- Não sei, não... Não gosto de ter uma pessoa estranha morando aqui em casa.

Jacira fez de conta que não ouviu e continuou:

-  Amanhã vou ao convento conversar com a madre superiora. Ela é legalmente responsável pela menina. Se tudo der certo virá comigo amanhã mesmo.

-  Já? Onde ela vai dormir?


-  No quarto que era dos meus irmãos. Você o deixou trancado desde que Jair foi embora.


- Lá não. E se eles voltarem? Onde vão ficar?

-   Mãe, acorda! Faz mais de dez anos que nenhum deles dá notícias. Não vão voltar mais.

-   Eu não perco a esperança. Eles ainda vão aparecer.

-   Se apareceram daremos um jeito. O que não pode é aquele quarto ficar inutilizado. Vamos ar­rumá-lo e Maria Lúcia vai dormir nele.

- Isso não vai dar certo!

- Vamos ver. Se não der, ela volta para o con­vento e arranjaremos outra.

Jacira deu o assunto por terminado e conversou sobre outras coisas. 

Se o ateliê fosse bem como es­perava, pensava em alugar uma casa maior, mais confortável e mais perto do seu trabalho. Daria mais conforto aos pais e não precisaria passar tanto tempo dentro do ônibus.

Depois que começara a trabalhar no novo ateliê, desenvolvera seu senso estético, passando a enxergar a beleza, tanto na simplicidade de uma flor como na sofisticação dos quadros e objetos de arte que vira nos museus.

Sentia-se bem, rodeada de coisas belas, e so­nhava poder ensinar aos pais a perceber a beleza onde quer que estivessem. Apreciar o belo propor­cionava-lhe um grande prazer. Desejava que os pais usufruíssem esse sentimento.

Na manhã seguinte, Jacira foi conversar com a madre, que a recebeu muito bem. Confirmou o que Maria Lúcia lhe havia dito sobre sua origem, e finalizou:

- Maria Lúcia é muito querida por todos aqui. Poderia continuar conosco até os dezoito anos, que é a ¡dade máxima permitida, já que não tem vocação religiosa. Mas faz algum tempo que ela insiste em começar a ganhar a vida. Para ser franca, eu gostaria que ela esperasse um pouco mais. Ela vive aqui desde que nasceu. Não conhece as maldades do mundo.

- Eu entendo. A senhora gosta muito dela.

-  Ela é a filha que eu gostaria de ter tido. Mas Lídia, que nos falou da senhora, é uma pessoa da nossa confiança. Tem trabalhado aqui como volun­tária, auxiliando-nos a aliviar o sofrimento dos que batem a nossa porta, garantiu que em sua casa ela estará muito bem.

-  Obrigada pela confiança. Espero que ela se acos­tume em nossa casa.

Acertaram os detalhes, a madre chamou Maria Lúcia e combinaram que Jacira passaria no dia se­guinte, no fim da tarde, para buscá-la.

Jacira deixou o convento satisfeita, pensando que no dia seguinte iria olhar e arrumar o quarto para instalá-la.

Ao chegar ao ateliê, encontrou Lídia e Esteia que acabavam de chegar. Abraçou-as com prazer e disse alegre:

- Estou vindo do convento. Falei com a madre e amanhã à tarde irei buscar Maria Lúcia. Espero que ela se acostume lá em casa.

- Vocês vão se dar bem. Estou certa disso.
 
-  O que me preocupa um pouco é minha mãe. Tem um gênio danado. É manipuladora. Se Maria Lúcia fizer tudo o que ela quer, vai abusar. Caso contrário, vai implicar.


-  Maria Lúcia é firme. Não vai deixar Geni abusar. Mas é jeitosa, sabe se portar. Ela vai saber lidar, você vai ver.


- Espero que seja assim. Vamos até a oficina, Margarida vai gostar de vê-las e mostrar-lhes alguns modelos novos. Ela adora quando vocês vêm.


As três foram ao encontro de Margarida que, vendo-as chegar, abraçou as visitantes com e logo as quatro foram juntas tomar um café e conversar.

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